Hoje continuamos o nosso artigo sobre afecções prostáticas. Na Parte 1 deste artigo, já abordamos a Hiperplasia Prostática Benigna (HPB). Agora falaremos um pouco sobre as prostatites.
Prostatites
Prostatite é a infecção da próstata, e afeta principalmente cães adultos e não castrados, sendo esta a segunda afecção prostática mais comum. As bactérias envolvidas nas prostatites geralmente são as mesmas presentes nas infecções urinárias, sugerindo que a infecção ocorra de forma ascendente (do trato urinário para a próstata). Apesar disso, é possível também que a contaminação chegue pelo sangue. As prostatites por fungos são raras.
Os cães com outras doenças prostáticas (HPB, cistos, neoplasias) têm maior propensão às prostatites. Outros fatores que aumentam a probabilidade de infecção prostática são as infecções urinárias.
A infecção pode ser aguda (de início e curso rápidos) ou crônica (de progressão lenta e duradoura), sendo que a crônica é a mais comum. Quando é aguda, o cão pode parar de se alimentar, e apresentar febre, depressão, dor abdominal, corrimento uretral, esforço para micção e defecação, e edema de escroto, entre outros sinais. Na forma crônica, os sinais mais perceptíveis são o corrimento uretral e as infecções urinárias recorrentes. As infecções prostáticas causam infertilidade e podem se disseminar para outros órgãos, principalmente os testículos.
No exame de sangue, são detectados sinais de infecção, e as enzimas hepáticas e renais podem estar elevadas, podendo dar a falsa impressão de que o animal tem insuficiência hepática e/ou renal. É comum serem encontradas bactérias, sangue e pus na urina, e no sêmen também.
O tratamento da prostatite é baseado no uso de antibióticos por um período prolongado, que dura no mínimo 4 a 6 semanas. A cura é difícil, porque os antibióticos têm dificuldade para atingirem a próstata, e por isso é recomendável fazer um monitoramento para saber se a terapia está funcionando. O acompanhamento consiste em fazer um exame do fluido prostático e da urina do paciente semanalmente. A castração é recomendável, pois reduz a hiperplasia prostática, e assim auxilia no controle da infecção.
Nos casos em que o tratamento com antibióticos associado à castração não funciona, restam duas alternativas: o uso de antibióticos em baixas doses por períodos prolongados (pulsoterapia), ou a cirurgia para remoção da próstata. Esta última opção deve ser o último recurso, devido aos altos índices de complicações: podem ocorrer hemorragias, extravasamento de urina, deiscência (quando os pontos se abrem), infecção e incontinência urinária. A incontinência urinária chega a afetar 90% dos cães operados.
Na parte 3 da nossa série sobre a saúde dos machos, falaremos sobre , cistos e abscessos prostáticos, e o câncer de próstata em cães.
Para saber mais sobre problemas de próstata em cães, leia os outros artigos desta série: