A osteoartrose (OA), também chamada de osteoartrite ou de “Doença Articular Degenerativa” (DAD), é um dos problemas mais comuns em animais de meia idade e idosos: a partir dos 7 anos, quase 40% dos cães de porte grande ou gigante têm este tipo de lesão. Apesar de ter influência genética, outros fatores – tais como o peso do animal e o seu nível de atividade também fazem diferença. Cães obesos, ou que foram superalimentados enquanto filhotes, têm uma tendência maior à OA. Lesões nas articulações, problemas de crescimento, traumas, fraturas, luxações, e o rompimento de ligamentos, também podem desencadear a doença.
Mas se o meu cão já tem osteoartrose, o que posso fazer por ele?
Se o seu cão foi diagnosticado com osteoartrose, então você deve saber que esta doença é crônica e progressiva – ou seja, ela dura bastante tempo (com raras exceções, pelo resto da vida do animal), e tende a se agravar. Você também deve saber que a OA causa bastante dor, e boa parte do tratamento se foca neste ponto. Veja como funciona o tratamento da osteoartrose (OA), e como alguns cuidados com a nutrição podem ajudar o seu cão:
O tratamento da Osteoartrose em cães
1º – Controle do peso: cães com sobrepeso ou obesos são mais sujeitos à OA, e a doença se agrava mais rapidamente nestes animais. Por esta razão, se o seu cão está acima do peso, está na hora de começar a dieta. Existem rações específicas para a perda de peso, ou então, pode-se optar pela dieta caseira orientada por um nutricionista veterinário. Também é possível fazer uma simples redução na quantidade da ração fornecida, mas peça orientação ao seu veterinário antes de fazer isso, para que o seu cão não passe fome ou fique desnutrido. Se você habitualmente dá petiscos a ele, procure “cortar” – ou pelo menos, diminuir a sua quantidade e frequência.
2º – Exercícios: por conta da dor, o cão pode passar a se movimentar menos, e resistir aos exercícios; porém, a movimentação das articulações estimula a sua regeneração e ajuda a aliviar os sintomas. Os exercícios devem ser moderados, e respeitar às limitações do cão. Fisioterapia e hidroterapia (exercícios na água) são muito benéficos.
3º – Antiinflamatórios: ajudam a diminuir a inflamação e a dor nas articulações. Como serão utilizados por longos períodos, podem ter efeitos colaterais. O ideal é manter a menor dose possível que seja capaz de manter a dor sob controle.
4º – Drogas sintomáticas de ação lenta: entra aí o sulfato de condroitina. Comumente adicionado a rações para cães idosos, este nutriente pode ser também encontrado na forma de suplementos alimentares. Seus efeitos podem demorar 30 a 60 dias para serem percebidos, mas são duradouros e permitem a redução da dose dos antiinflamatórios. Falaremos mais sobre isso adiante.
5º – Outras terapias: a aplicação de calor local (com uso de um aparelho de ultrassom especial, ou de infravermelhos) e a acupuntura também têm demonstrado bons resultados na redução da dor e melhoria da qualidade de vida de cães com artrose.
O que são “drogas sintomáticas de ação lenta”?
São compostos que não têm ação rápida como os antiinflamatórios, e os seus efeitos só aparecem após algumas semanas de ingestão regular. Por outro lado, uma vez que se para de tomar estes compostos, os seus efeitos permanecem por um longo tempo. No caso da Osteoartrite, o foco tem sido no sulfato de condroitina, que é considerado um suplemento alimentar nos EUA, e medicamento no Brasil e na Europa.
E o que vem a ser “sulfato de condroitina”?
É um componente natural das cartilagens dos animais e humanos, muito importante para a manutenção da sua flexibilidade e regeneração. Para uso em rações e medicamentos ou suplementos, a condroitina vem sendo extraída de cartilagens de animais de abatedouro: laringe, traqueia e escápula de bovinos e suínos, septo nasal de bovinos, e do esterno das aves. Além da finalidade terapêutica, o aproveitamento destes subprodutos (que, de outra forma, seriam descartados) ajuda a diminuir o impacto ambiental da indústria da carne e a diminuir custo da gestão dos resíduos.
Um “suplemento alimentar” faz tanta diferença para o meu cão?
O Sulfato de Condroitina tem sido objeto de muitos estudos em animais e humanos, e os resultados têm sido surpreendentes: além da redução dos sintomas, a condroitina ainda ajuda a regenerar as articulações e a retardar a progressão das lesões, melhorando a qualidade de vida do cão por muito mais tempo. Tal efeito também permite a diminuição das doses dos antiinflamatórios usados para o controle da dor, o que diminui também os possíveis efeitos colaterais. A condroitina funciona ainda melhor quando associada a um outro composto natural, extraído de caranguejos, lagostas e camarões, chamado glucosamina. O uso da condroitina é seguro, e não têm sido relatados efeitos adversos.
E essa tal condroitina só serve para osteoartrose?
Esta tem sido a sua principal aplicação, mas também tem sido útil no tratamento do colapso de traqueia, comum em cães de pequeno porte, e da ceratoconjuntivite seca (“olho seco”), quando usada na forma de colírio. Em alguns estudos (ainda iniciais), tem se demonstrado que a condroitina pode ser também uma excelente aliada no combate a alguns tipos de câncer.
Quero experimentar! Como faço?
Procure o seu médico veterinário para orientá-lo quanto às doses e a frequência que o seu cão deverá tomar a condroitina. É importante também fazer um acompanhamento regular, para saber se a medicação está tendo o efeito esperado e se é possível, com base nisso, diminuir as doses de outras drogas.
ola, muito bom o artigo, comprei artrolive 500mg pro meu cachorro de 12kg, só q a dose é maior que o remedio de pet (carissimo, não tenho condições de comprar), poderia me indicar a dose pra ele? tem problema dar dia sim, dia não?
Olá, Vendetta! Não indicamos doses de medicamentos aqui no site. Para este tipo de orientação, recomendo que procure o seu médico veterinário.
Um abraço!
Doutora Bárbara,
Muito bom e didático o seu post.
A suplementação com o sulfato de condroitina e glucosamina está sendo muito boa para o meu cachorro de 12 anos.
Pena que os veterinários não passem a fórmula para podermos fazer em farmácia de manipulação (que é muito mais barato do que o que é exclusivo para uso veterinário). Talvez para que compremos na própria clínica?
Olá, tudo bem?
Olha, muitos profissionais passam sim a fórmula para ser manipulada. Você pode pedir ao seu médico veterinário 😉
Obrigado pela resposta, vou tentar com outro veterinário então.
Boa semana!