O ano está acabando, as férias estão chegando, e muita gente viaja. Mas o problema é que nem sempre os nossos cãopanheiros podem ir junto nas viagens, o que pode gerar um grande estresse tanto para os tutores quanto para os animais: onde deixá-los? quem vai cuidar? será que eles vão ficar bem? e as perguntas se multiplicam…
Enquanto algumas pessoas acabam desistindo de viajar para não terem que deixar seus amigos caninos para trás, outras optam por hoteizinhos, pet sitters, ou a casa de amigos e/ou familiares. Todas são opções válidas, se você for cuidadoso o suficiente ao escolher o local e preparar o seu cão para o que vem pela frente. Só não vale abandonar!
Vamos analisar, então, quais são as opções mais comuns, e como fazer com que este período seja o menos estressante possível para o seu cãozinho:
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Hoteizinhos: São, de longe, a opção mais comum. Veja a seguir as principais vantagens e desvantagens deste tipo de hospedagem:
Vantagens Desvantagens - Há profissionais da área – especialmente médicos veterinários – sempre disponíveis para atender eventuais emergências;
- Boa parte dos hoteizinhos oferece áreas amplas para recreação dos cães;
- Sempre há profissionais qualificados para medicar o seu animal se for necessário;
- Alguns hoteizinhos podem agregar serviços de adestramento à hospedagem, se o tutor desejar;
- Podem ser contratados serviços de banho e tosa, para o animal voltar para casa limpinho;
- Devido à grande quantidade de animais, o atendimento a cada um acaba sendo mais “impessoal”;
- Risco de transmissão de doenças e parasitas entre os hóspedes;
- O ambiente estranho e a grande quantidade de animais hospedados gera um estresse maior;
- Em geral, maior custo da diária por animal;
- Nem sempre há instalações totalmente “indoor” para animais que estão acostumados a ficar dentro de casa;
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Visite o local, e observe:
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O tamanho dos canis;
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Se os canis são internos e/ou externos;
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Se os canis têm “solários” (áreas abertas para o cão tomar banho de sol);
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Se há uma área ampla para os cães ficarem soltos (e, se houver hóspedes no momento da sua visita, observe se há animais soltos ou se estão todos presos – muitos hoteizinhos fazem rodízio entre os cães conforme o seu tamanho e grau de socialização, por isso é normal que nem todos estejam soltos, mas não é normal que todos estejam presos);
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Se há água fresca disponível para todos os hóspedes, presos ou soltos;
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A higiene dos canis e dos gramados;
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Se as cercas/ muros do hotelzinho são seguros o suficiente para manter os seus hóspedes “para dentro”;
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Pergunte:
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Há um veterinário responsável? quem é?
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Se houver uma emergência, o seu cão será atendido no local ou será transferido para uma clínica/ hospital? qual?
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São exigidas as carteiras de vacinação e a aplicação de antiparasitários a todos os hóspedes? desconfie se não for!
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Se o seu cão precisa ser medicado, quem ficará responsável? como é feito o controle disso?
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Se o seu cão usa dieta caseira ou outra que necessite refrigeração, há um local adequado para armazenar os seus alimentos?
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Quantas horas por dia o seu cão ficará solto/preso?
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Se o local não tiver um espaço para soltar os cães, são feitos passeios? quantas vezes por dia? de quanto tempo cada um?
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Em quais horários você pode ligar para saber como está o seu cão?
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No dia de levar seus cães para o hotelzinho, não esqueça de levar:
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A ração ou outro alimento em quantidade suficiente para todo o período;
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A caminha e cobertores;
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Algum brinquedo, se o seu cão estiver acostumado com ele;
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Petiscos, se o seu cão estiver acostumado a recebê-los;
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Os medicamentos que ele toma, em quantidade suficiente para todo o período;
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Potes para comida e água;
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Coleiras e guias
Com estas informações em mão, você poderá tomar uma decisão consciente ao escolher o hotelzinho para o seu cão. Lembre-se de que um hotelzinho pode ser “bom” para alguns cães e não para outros. Por exemplo, se o seu cão vive em apartamento mas o hotelzinho só tem canis externos, ele pode ter dificuldade para se adaptar lá. Outro fator importante é que cães mais sociáveis costumam se adaptar melhor a este tipo de local, pois eles podem aproveitar as “férias” para brincar com outros cães – já se o seu cachorro for do tipo “anti-social”, a presença dos outros animais poderá estressá-lo (e ele provavelmente ficará preso mais tempo do que os outros, já que o estabelecimento não vai querer brigas no seu recinto).
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Pet Sitters: uma nova tendência são as “pet sitters” – ou, “babás de animais de companhia”. Uma “pet sitter” é uma pessoa que vai até a sua casa, onde irá se encarregar dos cuidados com o(s) seu(s) animal(is): alimentação, higiene, passeios, etc. Veja a seguir as vantagens e desvantagens deste tipo de serviço:
Vantagens | Desvantagens |
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De forma bem resumida, a grande vantagem das pet sitters é a possibilidade de manter o seu cãozinho no conforto do lar, reduzindo assim o estresse imposto pelos hoteizinhos (ambiente estranho, muitos animais e pessoas desconhecidas). Por outro lado, o principal problema é o fato de você ter que entregar a chave da sua casa a uma outra pessoa. Logicamente, isso pode gerar dúvidas quanto à segurança da sua casa e dos próprios animais. A pessoa também pode resolver “faltar” algum dia (ou pior: todos), deixando seus bichinhos na mão. Então, o grande fator aqui é confiança. Você precisa ter total confiança na pessoa que irá tratar dos seus animais, caso contrário poderá estar abrindo as portas da sua casa para alguém roubá-la, ou deixando os seus bichinhos sem o cuidado de que precisam. Se o seu velhinho estiver doente precisar ser medicado várias vezes ao dia, ou correr o risco de passar mal durante a sua viagem, esta pode não ser a melhor opção. No Ano Novo e outras datas festivas, a depender de onde você mora, uma pet sitter também pode não ser a melhor escolha, já que o seu cão estará totalmente sozinho na hora dos fogos (certamente, a sua babá não fará turnos à meia noite, né?).
Seguem, portanto, as dicas do Meu Cão Velhinho para a escolha de uma pet sitter:
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Se possível, procure indicações de pessoas conhecidas. É sempre mais fácil confiar numa pet sitter se você já conhece algum cliente satisfeito dela;
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Se nenhum conhecido tiver uma indicação para te passar, então peça à pet sitter que te passe referência de outros clientes, inclusive com telefones e outras formas de contato. Faça contato com os outros clientes para saber como foi a experiência deles;
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Pergunte à pet sitter em questão:
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Se ela tem alguma qualificação para lidar com emergências – por exemplo, se é estudante de veterinária (ou é formado), se é enfermeiro veterinário, ou se fez algum curso de primeiros socorros. Uma qualificação formal pode não ser necessária, mas é sempre uma vantagem;
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Se ela sabe medicar o seu cão, se isso for necessário;
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Se ela tem um meio de transporte disponível para levar o seu cão a uma clínica ou hospital, se precisar;
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Quanto tempo durarão as visitas aos seus animais, e se ela irá passear com eles;
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Se ela irá recolher as fezes do quintal;
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Qual será o horário das visitas à sua casa (geralmente, elas criam um “itinerário”, com horários mais ou menos fixos para cada cliente. É bom você saber disso, para programar as refeições dos seus animais, e também para saber em qual horário poderá ter notícias deles).
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Antes da viagem, marque um horário com a pet sitter na sua residência, para que você possa apresentar os animais a ela (inclusive, é uma questão de segurança, se os seus cães forem grandes e puderem atacá-la por ser desconhecida), mostrar a sua rotina, e onde ficarão os objetos de que ela irá precisar (a ração, os potes, onde tem água potável, coleiras, focinheiras se for o caso, vassouras e produtos de limpeza para limpar os dejetos dos animais, etc.).
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Se ela se responsabilizar por dar banho no seu cão, mostre onde ela pode dar banho, qual toalha usar, onde estão os shampoos, escovas, secador, etc.
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Esta dica é MUITO IMPORTANTE – não esqueça de deixar contatos importantes com ela:
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O seu telefone celular, o telefone fixo de onde estiver, e também os celulares de outras pessoas que irão te acompanhar na viagem;
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O telefone de algum amigo ou familiar que estará na cidade e que poderá ser contatado no caso de alguma emergência (por exemplo, se por alguma razão ela precisar faltar, ou se houver algum problema com os animais);
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O contato do médico veterinário que usualmente atende os seus animais;
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A indicação de para qual clínica ou hospital veterinário ela deverá levá-lo(s) se houver uma emergência.
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Quando for viajar, deixe anotado e visível:
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Os contatos de emergência conforme acima;
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A quantidade de ração a ser servida para cada animal;
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As doses e a frequência de medicamentos;
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Outras informações importantes sobre a rotina do cão.
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Combine horários para que a pet sitter lhe envie informações diárias sobre o(s) pet(s) – algumas se dispõem, por exemplo, a enviar fotos pelo whatsapp, o que transmite mais tranquilidade aos tutores.
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Casa de amigos ou familiares: de longe, a opção mais barata – e talvez até mais confortável para o seu animalzinho, mas nem sempre disponível. Vamos analisar os prós e contras:
Vantagens | Desvantagens |
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As maiores vantagens desta opção são o fato de ser grátis (ou quase, a depender de como você combinar com o seu amigo ou familiar), e também a redução do estresse. Apesar de que o cão não está na própria casa, um ambiente doméstico e familiar é sempre menos estressante do que um hotelzinho: as pessoas geralmente já são conhecidas e poderão cuidar deles com amor e carinho. Outra vantagem interessante é no caso do Ano Novo, ocasião em que é possível haver alguém disponível para ajudar o seu cão a se acalmar na hora dos fogos.
Por outro lado, na maioria das vezes a pessoa que se dispõe a cuidar do seu cãozinho está fazendo um “favor”, o que dificulta que você possa fazer exigências, por exemplo, quanto aos horários e rotinas do seu cãozinho – é claro, você pode pedir, já exigir…Vejamos então, como tornar a experiência a melhor possível:
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Combine com antecedência. A pessoa em quem você confia pode já ter planos para a data;
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Caso a pessoa já seja sua amiga mas não conheça o cão, é interessante convidá-la para ir à sua casa para conhecê-lo antes da hospedagem (ou leve-o à casa dela);
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Se o anfitrião já tiver animais, é importante verificar se eles aceitarão os seus e vice-versa; ou então, se é possível mantê-los separados no caso de brigas;
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Deixe anotadas todas as informações importantes sobre os seus animais – por exemplo, como é a rotina deles, o que comem, quanto comem, os horários, se têm alguma doença, se precisam ser medicados e como, se precisam ir passear para fazerem suas necessidades (e, neste caso, quantas vezes ao dia), etc.
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Anote também todos os contatos importantes:
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O seu telefone celular e o fixo do local onde estará;
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Os telefones de outras pessoas que viajarão junto contigo;
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O telefone e endereço do médico veterinário que atende o seu animal;
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A indicação de para qual clínica ou hospital veterinário (de preferência, 24 horas) o seu cão deve ser levado se houver uma emergência;
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No dia de levar seus cães para a casa do amigo ou parente, não esqueça de levar:
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A ração ou outro alimento em quantidade suficiente para todo o período;
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A caminha e cobertores;
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Algum brinquedo, se o seu cão estiver acostumado com ele;
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Petiscos, se o seu cão estiver acostumado a recebê-los;
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Os medicamentos que ele toma, em quantidade suficiente para todo o período;
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Potes para comida e água;
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Coleiras e guias
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Esperamos que as informações sejam úteis, e desejamos uma boa viagem!