março 18

Será Alzheimer?

10  comENTÁRIOS

Apesar do nome feio, e aparentemente politicamente incorreto, a demência senil é um problema clinicamente reconhecido, e que também pode ser chamado de “Síndrome da Disfunção Cognitiva” (SDC), ou, ainda, “Degeneração Senil do Encéfalo”.

O termo demência senil, ou Síndrome da Disfunção Cognitiva (SDC), é usado para descrever alterações comportamentais que ocorrem em cães idosos sem que haja qualquer condição médica relacionada que possa explicá-las, como infecções, neoplasias e insuciências de órgãos (renal ou hepática, por exemplo). As alterações apresentadas pelo cão podem envolver uma ou mais das seguintes categorias de problemas:

cão vestido de elefante - síndrome da disfunção cognitiva

  • Perda da capacidade de aprendizagem e de reconhecimento;
  • Perda do adestramento;
  • Desorientação;
  • Mudanças no ciclo de sono-vigília (o cão pode, por exemplo, “trocar o dia pela noite”, dormir demais ou dormir muito pouco).

Na prática, o cão pode:

  • Interagir menos, ou de forma diferente com o tutor;
  • Deixar de reconhecer a própria família;
  • Se tornar mais dependente do tutor;
  • Urinar ou defecar em locais inadequados;
  • Latir excessivamente, ou se irritar com facilidade;
  • Gemer, “chorar”, se perder, ficar preso em um canto;
  • Apresentar comportamentos destrutivos;
  • Entre outros problemas…

Logicamente, nem todos os sinais acima precisam estar presentes. O cão pode, por exemplo, apresentar apenas um ou dois dos problemas listados.

O diagnóstico desta condição não é fácil, já que ele normalmente é feito por exclusão – ou seja, é preciso primeiro saber o que “não é”, para só depois ser possível saber o que “é”. As alterações de comportamento apresentadas por cães com SDC não são exclusivas desta doença, e podem ocorrer em diversas outras situações, tais como infecções por vírus (como o da cinomose), neoplasias (tumores), alterações hormonais, insuficiência renal ou hepática, traumatismos (uma queda, ou uma pancada na cabeça, por exemplo), entre outros. Considerando a potencial gravidade de várias dessas possibilidades de diagnóstico diferencial, destacamos a importância de se investigar quaisquer comportamentos anormais que o seu velhinho possa apresentar.

As causas da SDC ainda não são completamente conhecidas, mas há estudos que indicam várias semelhanças entre esta doença em cães e a Síndrome de Alzheimer em humanos. Apesar de não haver uma cura, a demência senil pode ser tratada, com melhoras em aproximadamente 77% dos cães que são medicados, dentro de 30 dias.

 


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  1. Meu cachorro tem 16 anos. Sempre foi medroso, mas de uns tempos p cá, tem apresentado uns sintomas de ficar andando sem rumo, parece não conhecer as pessoas e os outros cachorros.
    Qdo entra , quer sair, e vice versa.
    Ele come bem, bebe água normal, mas de uns dias p cá, fez cocô em lugares que não costumava fazer.
    A veterinária receitou fytocalm, e ele melhorou um pouco, mas parece que não está resolvendo muito mais…
    Não sei o que fazer para amenizar a velhice dele…

  2. Boa tarde ! Meu cachorro é velhinho, tem 16 anos, e sempre foi medroso.
    Mas há um tempo apresenta esses sintomas, parece não conhecer mais as pessoas e não interage com os outros cachorros. Fica andando, sem rumo, qdo entra para dentro de casa, quer sair e vice versa.
    Ele come bem, bebe água normal. A veterinária receitou uns palitinhos de fytocalm, e ajudou um pouco, mas de uns dias p cá, está fazendo cocô em qualquer lugar…
    Não sei o que fazer para pelo menos amenizar isso…

  3. Meu cachorro tem 16 anos, apresenta todos esses sintomas, ele chora quase todos os dias para entrar dentro de casa, fica batendo na porta, e chora qnd percebe que está sozinho, além disso ele é cego e surdo e agora começou a vocalizar, um choro diferente, me passa a impressão de q ele está com uma dor de cabeça ou agoniado com alguma coisa, incomodando. Se ele fosse diagnosticado com demência, seria possível que isso seja mais um sintoma?

    1. Bom dia, Andressa!
      Os cães surdos vocalizam de uma forma diferente, justamente porque eles não conseguem ouvir a si próprios. Inclusive, nós mencionamos este problema no nosso artigo sobre cachorros surdos, vale a pena você dar uma olhadinha: https://www.meucaovelhinho.com.br/artigos/comportamento/por-que-ele-esta-me-ignorando-convivendo-com-caes-surdos/

      Por estar surdo E cego, pode ser uma tentativa dele se comunicar, até mesmo de chamar vocês, já que ele deve estar se sentindo ansioso e inseguro. Temos também um artigo sobre cães cegos, que pode ajudá-la: https://www.meucaovelhinho.com.br/artigos/comportamento/convivendo-com-caes-cegos/

      Ainda não escrevemos sobre os cães que são surdos e cegos ao mesmo tempo… Mas, de forma geral, é normal que cães nesta condição se tornem mais carentes, inseguros e ansiosos, já que perdem os seus principais meios de comunicação com o mundo exterior – a visão e a audição.

      Então, não podemos afirmar que o seu cão NÃO tenha demência… mas é possível que o problema todo dele esteja mais relacionado à perda dos sentidos mesmo. Temos dicas legais nos dois artigos que mencionei, você pode tentar uma combinação daquelas que parecerem mais úteis – em especial o uso de odores para “mapear” a casa e para identificar os humanos que vivem nela…

      Abraço!

    1. Olá, Manoel!

      O remédio deve ser indicado pelo médico veterinário que examinou o cão. A nossa intenção é apenas ajudar os tutores a compreenderem o que se passa com os seus animais, porém não temos como substituir o atendimento médico veterinário presencial.

      Apenas o profissional que examinou o cão tem condições de fazer o diagnóstico e prescrever um tratamento para ele, já que o seu cão pode ter também outras doenças que impeçam o uso de um outro medicamento.

      Melhoras para o seu cãozinho, ficamos à disposição caso tenha alguma dúvida!

      1. dra Barbara, como diferenciar os sintomas doSDC ou tumor.. algo notavel que diferencia ? obg

        1. Olá, Bruno!

          Depende do tumor, da sua localização, tamanho, e outros fatores… Um tumor cerebral pode, por exemplo, fazer com que animal tenha convulsões, ou que ele comece a ficar realmente doente – emagrecer, vomitar, ficar mais fraco e susceptível a infecções, etc. O cão também pode ter paralisias, surtos de agressividade, ou problemas hormonais e alterações nos exames de sangue. Estas coisas não acontecem com SDC.

          Porém, como eu disse antes, vai depender da localização e do tamanho do tumor. Há casos em que um cão com tumor cerebral pode não apresentar nenhum sintoma até que se torne terminal, assim como há casos em que ele pode ter sinais muito semelhantes à SDC.

          Como o diagnóstico da SDC é feito principalmente por exclusão (ou seja, outras possíveis causas para as alterações de comportamento devem ser excluídas antes de se chegar a esta conclusão), a única forma de se saber com certeza de que não há um tumor é através de exames de imagem, preferencialmente uma tomografia computadorizada ou ressonância magnética. Nos locais onde estes exames não estão disponíveis, pode-se fazer radiografias simples, porém elas são menos precisas.

          Abraço!

          1. Dra Barbara,
            mto obrigado pela excelente explicação.
            Estou a 3 semanas tratando meu cão vira-lata de 10 anos com uma Neuro, ele ficou derrepente com essas características: Sem nos atender por chamado, andar em circulo, bater na parede e continuar tentando andar contra a parede, cegueira ..
            A dra suspeitou de SDC ou Tumor mesmo, e com as medicações melhorou um pouco ja nos ouve e anda menos agitado .. mas nao teve nunca essas reações de convulsão, vomito etc.. e tem mta apetite apesar de estar mais magro .. mas só come na mão ..

            a nossa maior duvida é ::
            – Fazermos ou não a Ressonância (SPO) e tirarmos essa duvida do tumor, mas pelo que entendi não tem tratamento no BRASIL e não adiantaria mto saber. qual sua opinião ?

            – e a cegueira que ele tem apresentado (achamos q sim ) não descarta SDC nem tumor certo ?

            MTO Obrigado pela ajuda e colaboração.
            Bruno Sampayo

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