janeiro 14

Os Anjos de Tereza – Parte IV

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Demorou, mas chegou! Continuamos hoje a história dos anjos de Tereza, finalmente contando como foi a trajetória de Sol.

SOL (12 de junho de 2000 – 16 de setembro de 2011): A MAIOR LUZ DE MINHA VIDA

Filho dos boxers com pedigree Ágata (minha tigrada querida) e Shao Lin (dourado, do amigo Michel Ikeda)

A história de meu Sol vai contada por ele mesmo, através de trechos de sua vida que coloquei em seu álbum de fotos, como legendas. Meu neto leu e disse que era um livrinho para crianças.

Sol fala:
Sou um cãozinho boxer dourado, dourado tão claro que minha cor puxa mais para o amarelo que para o avermelhado, ao contrário da maioria dos cães de minha raça. Talvez por isso minha mãe humana, que me pegou em sua mão assim que eu nasci, me deu na mesma hora o nome de Sol !

Minha mamãe cachorra se chamava Ágata. Minhas duas mães, a cachorra e a mulher, se pareciam uma com a outra, mas não no físico. Mamãe Ágata era morena, linda, tigrada escura. Tinha olhos cor de âmbar, meigos e doces. Mamãe gente tem pele clara e seus olhos são cor de chocolate, mas as minhas duas mães eram bravas, apesar de amorosas, defendiam sem medo a quem elas amavam, personalidades fortes, espíritos de líder. Eu sempre amei as duas.

Quando cheguei, já havia outros cachorros em nossa casa, além de minha mãe: Havia Shiva, um boxer dourado, grandão e lindo, que logo ficou meu amigo, e havia Gaia, uma irmã do Shiva dois anos mais nova do que ele, mestiça tigrada e de pelo longo, que parecia mais uma retriever rajada do que uma boxer, mas mesmo assim tinha o bom gênio de nossa raça.

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Meus irmãozinhos de ninhada nasceram todos antes de mim, fui o último a nascer, já quando o dia estava raiando. Eram mais cinco cachorrinhos, fui o sexto irmãozinho.


Nós brincávamos juntos desde muito pequenos. Mamãe gente nos deixava, de dia, numa garagem grande, que dava para um gramado, e tinha um tapete quentinho onde ela colocava almofadas, mantas e nosso cobertorzinho xadrez. Nós aprendemos a andar nessa garagem, levantando e caindo, dando cada vez mais passinhos, enquanto mamãe Ágata olhava, ela não saía de perto de nós.

Continuamos mamando nela mesmo depois que já tínhamos dentinhos, ela deixava, apesar de ficar com uma cara de quem não quer perder a paciência. Quando fiquei mais velho, ouvi minha mãe gente dizendo que as outras cadelas não costumam ser assim tão boas como foi mamãe Ágata, desmamam seus filhotes logo que seus dentinhos aparecem… Que sorte eu tive com minha mãe! Ela foi a melhor mãe cachorra do mundo.

Com dois meses de idade, nossos passinhos nos levavam à grama, onde começamos a aprender a cavar buracos, farejar as plantas, rolar na terra. Começamos também a brincar com mamãe Ágata e
com o Shiva, que foi nosso pai adotivo, tinha tanta paciência com nossa bagunça quanto nossa mãe cachorra.

Nos esbaldávamos de brincar, e quando cansávamos voltávamos todos para a garagem e caíamos dormindo embolados, em cima das almofadas e do cobertorzinho xadrez. Minha mãe gente sempre falou que era fácil me achar no meio de meus irmãos, porque eu gostava de dormir de papo pro ar e minha pelagem era bem mais clarinha que as dos outros cãezinhos.

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Lindo, com 3 meses

E chegou a hora de irmos para outras famílias: já havia três cachorros na casa, e nós seis deveríamos ir para outras famílias. O dono de meu pai Shao Lin levou Brisa, um outro senhor levou Odin para seu filhinho e Thor foi para o filho de cinco anos da vizinha da casa em frente. Uma amiga de minha mãe gente levou Runa para sua menina, e ficamos só Bruminha e eu.

Quando tínhamos quatro meses, essa mesma amiga que levara Runa veio buscar Bruma para sua mãe velhinha, e fiquei só eu.

Meu irmão gente falava, me gozando: – “O Sol sobrou!”

No dia em que levaram a Bruma e eu fiquei sozinho, só com os cães adultos, minha mãe humana decidiu que não iria me mandar para ninguém : ficaria comigo! Ela ficou de coração partido ao ver a Bruminha chorar, ao entrar no carro da senhora velhinha que a levou. Mesmo sabendo que essa senhora era muito boa com minha irmã, minha mãe gente sentia saudades da Bruma e achava que a cachorrinha também sentia saudades dela. Decidiu que eu ficaria, e hoje ouço minha mãe dizer sempre que foi o Anjo da Guarda dela que a inspirou para ficar comigo, porque minha luz ilumina sua vida.”

Esta foi a primeira parte da história de Sol, que ainda tem mais alguns capítulos pela frente…

Texto e fotos por Tereza Falcão


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