A Síndrome de Addison é uma doença em que as glândulas adrenais passam a produzir menos corticosteróides do que o corpo precisa. As glândulas adrenais do seu cão ficam em cima dos rins, e são responsáveis pela secreção de diversos hormônios. Elas são conhecidas principalmente pela produção dos hormônios responsáveis pela reação “luta-ou-fuga”, que são a maneira que o corpo tem de lidar com perigos potenciais ou fatores estressantes.
A Resposta ao Estresse
Na primeira fase da resposta adrenal ao estresse, chamada de fase de adaptação, o corpo secreta intermitentemente (em intervalos regulares) uma quantidade um pouco maior de cortisol, para lidar com um nível um pouco maior de estresse. Este estresse pode resultar, por exemplo, do fato de o cão passar o dia todo preso numa jaula ou canil, ter uma ferida dolorosa não tratada, dor, ansiedade, ou outros fatores semelhantes.
A segunda fase da resposta ao estresse é chamada de fase de alarme, e ocorre quando o fator estressante é significativo ou constante o suficiente para levar o animal à produção de níveis excessivos de cortisol. Isso pode ocorrer, por exemplo, se o cão estiver em situação de risco de morte. Como estes hormônios do estresse deveriam ser produzidos em pequenas quantidades, e apenas quando o corpo está sendo ameaçado de alguma forma, na teoria os animais devereriam passar por períodos livres de estresse, para se recuperarem dos efeitos colaterais dos hormônios do estresse.
Mas quando a produção destes hormônios continua aumentada, dia após dia, o resultado é o hiperadrenocorticismo. Esta condição, também chamada de Síndrome de Cushing, é um problema bastante comum em cães.
Se a glândula adrenal ficar sobrecarregada, e não mais conseguir produzir a quantidade de hormônios de que o corpo precisa, a terceira fase da resposta ao estresse acontece. Esta fase é chamada de “exaustão adrenal”. Se as adrenais persistirem produzindo quantidades muito baixas de hormônios do estresse, a insuficiência adrenal – também chamada de Síndrome de Addison – se desenvolve.
Tipos de Síndrome de Addison
Existem três tipos de Síndrome de Addison: a primária, secundária, e atípica.
O cortisol é um corticosteróide produzido pela camada média da glândula adrenal, e age sobre os metabolismos do açúcar, da gordura e da proteína no organismo do cão. Os corticosteróides, lembre-se, são os responsáveis pela reação de “luta-ou-fuga”, e desempenham importante papel na habilidade dos animais em se adaptar a situações estressantes.
Quando o cortisol é produzido em quantidades muito pequenas, o menor estresse pode resultar num desastre fisiológico para o cão. Os mineralocorticóides (um dos quais é a Aldosterona), são produzidos na camada mais externa da adrenal, e o seu papel é regular os níveis de eletrólitos, como o sódio e o potássio. Tipicamente, tanto a camada média quanto a externa da glândula adrenal passam a ter a sua atividade reduzida, gerando assim, a Síndrome de Addison Primária.
Se apenas a camada do meio falhar, significando que as adrenais continuam produzindo os hormônios que regulam os níveis de eletrólitos, esta condição é chamada de Síndrome de Addison Atípica. Uma causa comum para a Síndrome de Addison Primária e a Atípica é ocorrência de danos imuno-mediados às glândulas adrenais. Isso acontece quando o sistema imune do cão (responsável pela defesa do organismo) passa a atacar as próprias glândulas.
Apesar de menos comum, a insuficiência da glândula adrenal também pode ocorrer por conta de infecções, tumores, ou mesmo por morte dos tecidos por falta de suprimento sanguíneo (no caso de haver algum obstáculo que impeça a chegada do sangue à(s) adrenal(is).
A Síndrome de Addison Secundária acontece por um problema na glândula Pituitária ou no Hipotálamo, que são glândulas que controlam as adrenais.
Síndrome de Addison versus Síndrome de Cushing
A Síndrome de Addison é o oposto da Síndrome de Cushing. Enquanto a Síndrome de Cushing (hiperadrenocorticismo) ocorre pela superprodução de hormônios adrenais, a Síndrome de Addison (hipoadrenocorticismo) resulta da falha das adrenais em produzir quantidades suficientes de hormônios.
A boa notícia é que a Síndrome de Addison é bem menos comum do que de Cushing em cães, e muito rara em gatos. A Síndrome de Addison é mais comum em cadelas de meia idade, apesar de poder acontecer em animais de qualquer idade ou raça. Cerca de 70 a 85% dos cães com Síndrome de Addison são fêmeas entre 4 e 7 anos de idade. Algumas raças parecem ter maior risco de desenvolverem a doença do que outras, como é o caso dos Cães Dinamarqueses, Poodles Standard, e dos Westies, por exemplo.
Sinais da Síndrome de Addison
Os sinais da Síndrome de Addison podem ser bem vagos, e incluem fraqueza, depressão, perda de apetite, vômitos, diarréia, e, as vezes, aumento da sede e das micções. Esta doença muitas vezes acaba não sendo corretamente identificada, por ser facilmente confundida com insuficiência renal, de situações em que o animal simplesmente “não está se sentindo muito bem”. Os sinais também podem mimetizar os de tumores pancreáticos que produzem insulina.
As vezes, ocorre regurgitação de alimentos não digeridos. Os animais que vomitam alimentos não digeridos são muitas vezes diagnosticados com megaesôfago, uma condição que pode ser causada pela Síndrome de Addison. Se os sinais forem agudos (súbitos e severos), a situação é conhecida como “crise Addisoniana”. Durante períodos de estresse, os animais podem entrar em colapso, devido a um grande desequilíbrio metabólico e eletrolítico.
Cerca de 30% dos cães com Síndrome de Addison são diagnosticados a partir de uma crise Addisoniana inicial – e, infelizmente, muitas vezes este é mesmo o primeiro sinal que o cão apresenta de que está doente. Se não tratada imediatamente, esta crise pode ser fatal.
Tenha em mente que o cortisol ajuda os animais a lidarem com o estresse. A falta de cortisol na Síndrome de Addison faz com que o cão perca sua capacidade de lidar com o estresse; assim, cães que têm este problema manifestam mais sinais quando são submetidos a situações estressantes. Como sabemos, situações estressantes para cães podem ser coisas tão simples quanto uma pequena mudança na sua rotina diária. É por isso que uma viagem, por exemplo, pode bastar para trazer à tona os sinais da doença.
Diagnóstico
Caso o seu cão tenha suspeita de Síndrome de Addison, o seu médico veterinário irá procurar por sinais como desidratação, pulso fraco ou lento, batimentos cardíacos irregulares, fraqueza generalizada e depressão. Infelizmente, não existe uma forma rápida ou barata de se testar a saúde adrenal. Não é possível identificar falhas na adrenal pelos exames de sangue de rotina.
Os exames de sangue podem, as vezes, demonstrar níveis baixos de sódio e altos de potássio, mas, nos casos de Síndrome de Addison secundária ou atípica, isso pode não acontecer. Os níveis de creatinina e uréia podem estar afetados, e pode haver uma anemia moderada, ou alterações nos níveis de açúcar.
Altos níveis de potássio podem causar irregularidades no ritmo cardíaco do seu cão, o que pode ser muito perigoso. Essas anormalidades podem ser detectadas num eletrocardiograma (ECG), como um ritmo cardíaco lento e irregular. As radiografias de cães com hipoadrenocorticismo costumam estar normais, mas o coração pode ocasionalmente aparecer diminuído, e o esôfago pode ficar aumentado.
O teste confirmatório para a Síndrome de Addison é o teste de Estimulação com ACTH. Para este teste, amostras de sangue devem ser colhidas antes e depois de o cão receber uma injeção com um hormônio que estimula o funcionamento das adrenais. Se o cão for saudável, os níveis de cortisol no sangue irão subir. Se o cão tiver Síndrome de Addison, não haverá aumento no nível de cortisol, o que confirma o diagnóstico.
Tratamento do Hipoadrenocorticismo
O tratamento desta doença dependerá se o problema é primário, secundário, ou atípico. Mais comumente, é preciso fazer reposição hormonal – geralmente, de cortisol e aldosterona. O tratamento deverá ser monitorado, para que os níveis de eletrólitos sejam corretamente regulados e o organismo do cão entre em equilíbrio.
Como os cães com Síndrome de Addison não produzem cortisol o suficiente para conseguirem lidar com o estresse, é importante manter estes animais sob o menor estresse possível. A redução do estresse, além de ser parte essencial no manejo da doença, também funciona como prevenção para aqueles cães quenão têm Síndrome de Addison.
Texto adaptado de Mercola Healthy Pets.
Tenho uma cadela de 03 anos está com suspeita da doença ela emagreceu bastante não quer comer tem TREMEDEIRA como se estivesse com medo está acabando de fazer os exames para fechar um diagnóstico foi muito bom pra mim ver depoimento de pessoas que já passaram pelo que estou passando tenho muito medo de perde lá mais se Deus quiser o fazer tudo que eu puder para ve lá bem