abril 21

Displasia de cotovelo em cães

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A displasia de cotovelo em cães é causada por um problema de crescimento, relacionado a alterações diversas nesta articulação. Ela é mais comum em raças grandes, com destaque para o Bernese Mountain Dog, Pastor Alemão, Labrador, Golden Retriever, Collie, Chow Chow e Terra Nova, e costuma se manifestar entre os 4 e 10 meses de idade.

Cães de raças grandes, como o Pastor Alemão, são mais propensos à displasia de cotovelo.

Cães com displasia de cotovelo sentem dor na articulação e podem ter dificuldade para caminhar. Apesar de que alguns cães conseguem conviver bem com o problema a maior parte da vida, a médio ou longo prazo, todos estes animais acabam desenvolvendo osteoartrite. Nos animais idosos, a degeneração articular pode se agravar bastante, tornando-se muito dolorosa e até mesmo incapacitante.

Como acontece a displasia de cotovelo?

A displasia de cotovelo não é exatamente “um” problema; ela é uma doença que engloba quatro alterações diferentes que podem ocorrer na articulação de um cão, sendo que nem sempre todas estarão presentes. Na realidade, é mais comum que apenas uma ou duas delas apareçam. São estas alterações:

  • Não União do Processo Ancôneo;
  • Osteocondrite Dissecante;
  • Fragmentação do Processo Coronóide;
  • Incongruência Articular.

Estas alterações são bastante complexas, e diferenciá-las será mais importante para o médico veterinário do que para o tutor. Por esta razão, basta que saibamos que a presença de qualquer uma delas é suficiente para caracterizar a displasia de cotovelo.

Todas essas alterações ocorrem ainda na fase de crescimento do cão, e são as principais causas de “dor de cotovelo” em cachorros grandes. Elas afetam mais os machos do que as fêmeas, e podem acometer apenas um ou ambos os braços. A sua causa não está totalmente esclarecida, mas sabe-se que há um componente hereditário – ou seja, é transmissível de pais para filhos. O excesso de peso, a superalimentação, excesso de exercícios físicos e traumatismos também podem influenciar.

Como saber se o meu cão tem displasia de cotovelo?

Pois bem, já sabemos que este é um problema de crescimento, e que acaba, com o passar do tempo, causando a degeneração da articulação do cotovelo (osteoartrite). Assim, quanto antes conseguirmos identificar o problema, mais cedo podemos intervir e diminuir ao máximo as suas consequências negativas.

Se o cão, ainda filhote começa a mancar, pode-se desconfiar de displasia de cotovelo, especialmente se ele for de raça grande. O diagnóstico será confirmado pelo médico veterinário através de exames, como radiografias, tomografia computadorizada e ressonância magnética. Caso o problema passe despercebido enquanto o animal ainda é jovem, os métodos para diagnóstico são os mesmos – a diferença é que, neste caso, provavelmente já haverá algum grau de degeneração da articulação.

Quais são as opções de tratamento?

O tratamento pode ser conservador ou cirúrgico, sendo que a cirurgia é indicada para a maioria dos casos. A cirurgia tem como objetivos:

  • Reduzir a dor;
  • Manter o membro funcional;
  • Diminuir a claudicação (“manqueira”);
  • Evitar danos à coluna e outras articulações (por compensação do peso);
  • Retardar a degeneração da articulação (osteoartrite/ artrose).

O prognóstico do cão que for diagnosticado e operado enquanto ainda jovem é melhor do que aqueles que não forem submetidos à cirurgia. Apesar de ajudar a melhorar bastante a qualidade de vida do cão, o tutor deve estar ciente de que o procedimento não conseguirá fazer com que a articulação dele fique “normal”.

Além da cirurgia, outros métodos também podem ser utilizados. A fisioterapia e a hidroterapia ajudam a diminuir a dor, a manter a amplitude dos movimentos, e a diminuir os danos causados à articulação. Embora estas terapias tenham melhores resultados quando aplicadas no cão ainda jovem, elas também podem trazer muitos benefícios aos velhinhos, e são recomendáveis para animais em todos os estágios da displasia.

A suplementação com certos nutrientes que colaboram com a regeneração articular pode e deve ser feita para retardar e aliviar a osteoartrose. Caso o animal sinta muita dor, ele deverá ser medicado com analgésicos, podendo ser associados outros métodos de analgesia, como acupuntura e massagens.

Apesar de ser difícil encontrar no Brasil, já existem órteses que ajudam a dar suporte às articulações dos cotovelos do cão. Ao aliviar a pressão sobre a articulação, a órtese deixa o animal mais confortável para caminhar e com menos dor.

As órteses para cotovelos de cães já existem, mas são difíceis de serem encontradas no Brasil.Imagem:Orto Canis

Que outros cuidados devo ter com o meu cão?

Se o seu cão tem displasia de cotovelo ou qualquer outra doença articular, é muito importante que o piso onde ele vive não seja escorregadio. Pisos lisos fazem com que o animal escorregue e se machuque, podendo agravar o problema ortopédico. Na hora de dormir, dê preferência a colchões ortopédicos próprios para cães.

Evite que o seu animal suba e desça escadas, dando preferência a rampas. Para colocar ou retirar o cão do carro, carregue-o ou coloque uma rampa para que ele suba ou desça, evitando que ele precise saltar.

A alimentação deve ser fornecida preferencialmente em potes elevados, para que ele não precise se abaixar e forçar os cotovelos.

Comedouros elevados ajudam o cão a não forçar as articulações dos cotovelos.Imagem: EBay

É essencial que o cão seja mantido dentro de um peso adequado, algo que pode ser obtido com um bom controle da dieta e com exercícios físicos moderados. A fisioterapia também pode ajudar neste sentido, especialmente para animais que tenham dificuldade para caminhar.

Veja mais dicas de cuidados para cães que não andam ou têm dificuldade para caminhar neste artigo.


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