Neste sábado, dia 25 de abril, será comemorado o Dia Internacional do Cão-Guia.
O cão-guia é um grande aliado das pessoas com deficiência visual. O treinamento de cães-guia é feito em escolas especiais e dura cerca de 12 a 18 meses, mas pode levar até dois anos. O treinamento é rigoroso, e os “candidatos” devem ter facilidade de aprendizado, concentração, boa memória, inteligência e saúde, sendo que cães agressivos ou com problemas de socialização são excluídos. Em média, 25% dos cães que passam pelo treinamento são reprovados!
Os cães “formados” são capazes de identificar a movimentação do trânsito, desviar buracos, encontrar entradas e saídas de diferentes locais, localizam banheiros, escadas, elevadores, escadas rolantes, cadeiras, desviam de obstáculos, e evitam que as pessoas com deficiência visual batam a cabeça, entre outras habilidades notáveis. Eles ajudam seus tutores a lidar com transportes públicos, se movimentam apenas conforme ordenados, e se deitam silenciosamente ao lado do seu acompanhante enquanto este permanece sentado.
Apesar da sua extrema importância para a inclusão social das pessoas com deficiência física, o Instituto Íris estima que no Brasil há apenas 100 cães guia registrados, enquanto há cerca de 500.000 pessoas cegas! Entre outros fatores, isto se deve ao longo e custoso processo de seleção e preparação de cães pelas instituições que são, em sua grande maioria, formadas apenas por voluntários. O custo estimado da preparação de um cão-guia é de R$30.000,00 a R$40.000,00, e os animais são entregues gratuitamente aos seus acompanhantes.
Entre 8 e 10 anos de idade, os cães são aposentados, podendo ser encaminhados para adoção ou permanecer com os tutores que acompanharam, porém sem trabalhar. A pessoa cega passa, então, a precisar de um novo cão-guia. Conheça aqui a linda história Beto e seu cão Simon, aposentado após 8 anos de ótimos serviços prestados.
→ Como agir com um cão-guia?
- Não fale ou toque no cão-guia enquanto ele trabalha; ele está conduzindo seu acompanhante, e perder o foco pode representar riscos para o cão e a pessoa;
- Não o alimente. Ele tem hora certa para comer;
- Apenas acaricie o cão-guia quando ele estiver sem a coleira e o colete, sinalizando que está em descanso;
- Se tiver com algum cão, mantenha-o sob controle, para que não atrapalhe o trabalho do cão-guia;
- Não tenha medo, ele é bem treinado e não irá atacar;
Se quiser ajudar uma pessoa com deficiência visual e seu cão, primeiro pergunte à pessoa se ela precisa de auxílio. Não toque na pessoa sem que ela esteja preparada; - Em ônibus ou metrôs, seja gentil e permita que o cão-guia e seu tutor entrem primeiro. Isso facilita o trabalho do cão;
- Nos coletivos, o cão se posiciona aos pés do seu tutor. Cuidado, ao se movimentar, para não pisar nele;
- O cão guia está preparado para entrar e permanecer em qualquer tipo de estabelecimento;
- A lei 11.126 garante o acesso da pessoa com deficiência visual e seu cão guia a qualquer ambiente coletivo, público ou privado.
Quer ajudar?
É possível colaborar com a formação dos cães-guia de várias formas. Além, logicamente, de fazer doações às instituições que realizam este trabalho, é possível se voluntariar para receber filhotes candidatos a cães-guia em processo de socialização (02 a 18 meses
de idade), bem como para acolher cães que foram considerados inaptos para o trabalho (a partir de 2 – 3 anos de idade) ou que foram aposentados (8 – 10 anos de idade).
Também é possível se voluntariar para trabalhar nos centros de treinamento colaborando com os cuidados com os cães. As funções podem incluir caminhar com os cães, escová-los, dar banho e carinho.
Conheça algumas instituições:
http://www.caoguia.org.br/
http://www.projetocaoguia.com.br/